Conheci o Zuza Homem de Mello no Paulistano, há muitos anos. Estava com meu namorado , o Junqueira, quando o vimos.
O Junqueira quis logo falar com ele, eram primos. Ficamos conversando e o Zuza, com seu proverbial bom humor, olhou bem pra mim e disse: “ Você não faz esporte!”
Como assim? Fora ser o mago da música, ele também era adivinho? Como percebeu, se eu estava usando um conjunto esportivo super transado?
Perguntei como ele sabia! A resposta foi maravilhosa: “Porque sua meia é de nylon!”

Nós três choramos de rir ! Era óbvio! Atletas usam meias de algodão ou de algum material super tecnológico!
Amei essa história! Achei divertida e ainda mais porque aconteceu com o Zuza .

No ano  passado, fui assistir ao documentário “Zuza Homem de Jazz”, no Blue Note. Quando o vi, saí correndo para falar com ele.

Me apresentei, e relembrei -o da  “nossa histórinha”. E ele deu aquela risada gostosa de sempre!


Agora, ouço no rádio, na TV, na internet e em todos os lugares, a vida desse gênio musical, desse brasileiro de primeira e uma das coisas que ouvi, das mais simples, é que ele achava que rádio era um meio de comunicação importantíssimo, por ser ativo, por incitar a imaginação. Eu amo rádio. Tanto o rádio como a rádio! Minha neta, Carolina, diz que eu sou a única pessoa que ela conhece que vive com um radinho de pilha na mão.

Eu e o pai da minha empregada, Quena, que mora no interior da Bahia , onde muitas vezes falta energia. Ele vai para a roça, carregando seu radinho movido a pilha. Só assim participa ativamente da vida nacional.

É isso aí, Zuza!