Meu irmão tinha um vaso de Ficus benjamina na casa dele. Quando ele mudou para um apartamento, resolveu levar a plantinha para a fazenda. O tempo passou e essa plantinha virou uma árvore frondosa. Mas um dia, uma tempestade de apavorar, conseguiu arrancar a linda árvore pela raiz. Dava pena de ver. E quando foram serrando os galhos e a raiz, para liberar a estrada, sobrou um pedaço de tronco , tão bonito que parecia uma escultura. Colocamos, então, essa “escultura” perto da piscina, onde está até hoje, enfeitando o jardim, como enfeitou os lugares onde esteve, desde que era uma frágil arvorezinha. Bonita a trajetória de uma figueira!
Não estou aqui comparando galhos de árvore com braços em posição de balé. Nem raízes com pés fincados firmemente na terra, onde uma mãe cria seus filhos!
Tudo isso para reclamar de certos textos que insistem em comparar o envelhecimento, e suas características com coisas fantásticas que dizem que acontece quando envelhecemos, ou absurdos de um profundo mau gosto!
Há um texto escrito pela Maitê Proença, que é horrível ! Compara as mulheres que estão envelhecendo ao queijo “gorgonzola”.Este é um “queijo contaminado por fungos, é podre e só é bom quando mofa!” E saber que quem escreveu esse texto, foi uma mulher lindíssima, talentosa e famosa . Ela tenta aproximar mulheres comuns, que estejam tristes com sua mudança ao modelo que ela representa ,uma mulher lindíssima , que sente como você e que é humildemente… humana! Desonesto.
Mas existem outro tipo de “belas”, aquelas que jamais trocariam amigos por uma barriga lisa!, Não sei não, por uma barriga “tanquinho”…? E depois, mesmo que quiséssemos, é impossível. Que tipo de escambo é esse? Essa escritora , Susana Meixa, escreve com doçura, mas é igualmente falsa.
Conheço muitos jovens, sensatos, alegres e realizados com seu trabalho. Que se vestem como querem, dormem a manhã inteira aos domingos, e até fazem tatuagens imensas! Existem , por aí, jovens e velhos alegres, tristes, bonitos e feios.
Não é uma questão de idade.
É como se vê o mundo e como se vive nele!
Estamos envelhecendo, estamos envelhecendo, estamos envelhecendo, só ouço isto. No táxi, no trânsito, no banco, só me chamam de senhora. E as amigas falam “estamos envelhecendo”, como quem diz “estamos apodrecendo”.
Eu nunca trocaria os meus amigos surpreendentes, a minha vida maravilhosa, a minha amada família por menos cabelo branco ou por uma barriga mais lisa.