Quando ando , prá baixo e prá cima, sempre dá para descobrir coisas novas ou mesmo coisas até já conhecidas, mas que eu não tinha” posto reparo”!
Às vezes a gente encontra um lugar, bonito na sua essência ,agora degradado na sua figura ,que liga o passado com o presente, num abraço de amigos que não se encontram faz tempo.
O Salão Paulista de Belas Artes inaugurou a Galeria Prestes Maia, ligação entre o Anhangabaú e a Praça do Patriarca e foi palco de importantes exposições, como as de Anita Malfatti, desde 1940 até a década de 50.O salão também recebia alunos de escolas de Belas Artes. Os alunos mais fracos ficavam numa sala, que chamavam de “ cemitério” e os artistas consagrados em outra. Mas chamar a sala dos alunos de “cemitério”, é muita maldade… Desta época até hoje, este espaço foi se transfigurando muitas e muitas vezes, mas “As Graças” de Brecheret, testemunhas desta história, continuam lá, pétreas e altivas.
Dos dois lados da Galeria, estão ainda os dois salões “Almeida Junior”, das antigas exposições. Justa homenagem a esse pintor ituano que foi o primeiro artista brasileiro que pintou temas regionais. Sua temática ajudou a construção de uma imagem e da história da gente paulista . Dom Pedro II gostou tanto do seu trabalho, que proporcionou a ele uma bolsa de estudos na Academia Imperial de Belas Artes
Os personagens simples e anônimos foram retratados, de forma verdadeira, em seu ambiente pobre e simples. Foram pintados com a luminosidade solar presente nas cores escolhidas, mas Almeida Junior mantém o desenho e a composição geométrica vinda de sua formação acadêmica.
E é nessa Galeria que Almeida Junior continua recebendo seus personagens, contando a história dos paulistas, iluminada pelo sol de sua paleta!
SALÃO ALMEIDA JUNIOR , escrito acima da porta
José Ferraz de Almeida Junior ( Itu, 8 de maio de 1850 – Piracicaba, 13 de novembro de 1899) morreu jovem , com 49 anos assassinado por um desafeto.