Estávamos andando pelo carreador do canavial. Éramos Zé Maria, o retireiro da fazenda, eu, o Tião, meu maltês e Nina, a shitsu da minha mãe. Pretinha como um carvão.

Íamos passeando, mais do que andando, quando um barulho de folhas chamou nossa atenção. Era uma onça preta, nem tão pequena, nem tão grande, de um tamanho importante . Ela parou e ficou imóvel. Não entendo muito bem as atitudes felinas, mas me pareceu que ela analisava o que fazer. Decidiu entrar no meio da cana, e nosso grupo continuou andando, animado pela interferência. De repente, notei que faltava um: Nina não estava ali ! Fiquei desesperada, chamando a bichinha sem parar. Nada! E a onça, que estava por ali…

No auge do desespero, decidi abrir mão do Tião. Resolvi fazer uma escova definitiva e tingir seu pelo, tão sedoso, de preto bem escuro, e empurrar para a minha mãe. É claro que ela iria reconhecer, mas eu acreditava no coração de mãe, que engole as coisas mais estranhas.

Mas essa mandracaria não foi necessária. Nina apareceu do outro lado do carreador.

Depois, eu soube que onça não come cachorro. Não sei não. Se come galinha cheia de penas, não vai encarar um pelo macio e brilhoso?

Onça preta – foto da internet Foi uma igual a esta que nós vimos.

Onça pintada , na fazenda. Está pequena porque a fotógrafa não quis se aproximar dela, à noite! Ai,ai,Ai…

Fonte: www.efemeridesdoefemello.com