Conheci o João Paulo  quando ele era meu chefe numa financeira.

Nessa época, ele estava trabalhando numa transação imobiliária bem expressiva. Estudava a possibilidade de transformar um lindo prédio luxuoso bem bacana, na Av. Paulista, em um imóvel comercial. A ideia era vender o prédio, talvez para um banco de pequeno porte.

A Avenida Paulista era predominantemente residencial até 1950, quando houve em São Paulo um desenvolvimento econômico, que levava os novos empreendimentos comerciais e de serviços para regiões longe do seu centro histórico. Esta avenida foi aberta com novos conceitos urbanísticos da época. Foi a primeira via pública asfaltada em 1909.

 Tendo isso em mente, João tentou transformar o prédio que antes era residencial em comercial, para vender especificamente para algum banco.

Apesar dos inúmeros contatos feitos com mais de 60 interessados e quase um ano de trabalho, o negócio não foi fechado. Os proprietários receberam uma carta do João, rescindindo o contrato de prestação de serviços.

Hoje dia, aos domingos a Av. Paulista transformou-se em espaço de lazer, uso de bicicletas, skate, patins e até passeio com pets.

Há inúmeros espaços culturais, como o MASP, o prédio do SESI, a JAPAN House e a Casa das Rosas., Itaú Cultura, Instituto Moreira Salles shoppings e cinemas

O Dumont Adams foi negociado com a Vivo que, em 2006, e foi repassado para o MASP, infelizmente completamente descaracterizado. O arquiteto foi Julio Neves, na época presidente do Masp, e autorizou uma reforma medonha, que acabou com a beleza da arquitetura do prédio, que era lindo!

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Os proprietários do Dumont Adams

A família era conhecida por serem produtores de café e Maria Helena foi a quarta geração a carregar esse legado. Como  curiosidade,  Maria Helena era sobrinha neta de Santos Dumont. Ao lado do prédio da qual ela era dona, foi construído o observatório de São Paulo, um dos mais importantes da história.

No início do século passado, ao se fazer a escolha do local para a construção do antigo Observatório de São Paulo, levaram em consideração a existência de um Posto Meteorológico, que funcionava desde 1902, na residência do Sr. José Nunes Belfort Mattos, que era funcionário da Comissão do Observatório.

Anos depois, com o nome de “Observatório da Avenida“, mudou-se para a na Avenida Paulista número 69, ao lado do Belvedere do Trianon, A direção do serviço passou ao Sr. Belfort de Matos, em cuja residência instalou-se a aparelhagem, assim, as observações meteorológicas iniciadas por ele, em 1902, teriam continuidade com aproveitamento da série climatológica já existente da Estação Meteorológica Central.

Construiu a casa na Avenida Paulista em 1901, e lá foi morar em 1902, quando começou a aparelhar a casa com equipamentos para suas observações. Era tão metódico que, enquanto trabalhava no observatório do centro da cidade, colocava a família para fazer observações do céu da avenida. Assim nasceu o Observatório da Paulista, única e exclusivamente com investimentos privados do Sr. Belfort Mattos. Em 1912, foi construído pelo Governo do Estado o Observatório de São Paulo, ao lado da casa dele, que seguiu sob sua direção até 1926.