Existem pessoas extraordinárias, que acrescentam e muito, para cidade onde viveram, para filhos bem criados e no empreendedorismo que fez com que toda uma região tenha se desenvolvido.

Petrarca Bacchi, veio da região italiana de Reggio Emília, no mesmo navio que seu amigo Matarazzo. Bachi teve o mesmo papel em Botucatu que Matarazzo teve em São Paulo. Botucatu era menos famoso que São Paulo, mas este seu filho ombreava-se com o amigo paulistano.

Muitos capitães de indústrias trouxeram know how da Itália deixaram marcas em prédio, que ainda são importantes de uma época áurea de convivência de imigrantes e brasileiros.

A importância do 1º ciclo Industrial de Botucatu é medido pela grandiosidade do Grupo Industrial de Petrarca Bacchi: as Indústrias abrangiam cerveja,fábrica de gelo,sabão, serraria, máquina de beneficiar café e cereais, massas alimentícias, fiação e fábrica de chapéus número de empregados chegou a 400.

O começo das indústrias foi um moinho de fubá, depois com uma máquina de arroz. Junte-se a isso uma grande fábrica de cerveja , registrada como Vencedora e depois de dois anos é registrada a cerveja Princeza. As festas em Botucatu eram sempre alegradas pelas cervejas das Indústrias Ítalo-brasileiras- Cervejaria Bacchi :Vencedora, Botucatuense, Brasileira, Crystal e Moreninha.

A cidade paulista de Botucatu possuía um serviço de geração e distribuição de energia elétrica desde 1907, mantido pela Empresa Força e Luz. Esta foi uma das quatro empresas que, em 1912, formou a Companhia Paulista de Força e Luz – CPFL.

Em 1924, Petrarca Bacchi, resolveu construir uma usina própria para abastecer suas muitas indústrias: a Usina do Lobo, no rio Pardo, podendo também fornecer energia excedente para particulares


Como a energia excedente era muita, em poucos anos, a empresa Usina hidroelétrica arrumou muitos clientes na cidade, fornecendo para a totalidade dos usuários de energia de Botucatu fazendo , juntamente com uma usina termoelétrica ,grande concorrência à CPFL

Em 1948, depois de grandes brigas entre os herdeiros a Usina foi finalmente vendida para a CPFL.

Esta mudança foi muito traumática para a Usina do Lobo, que ficou apenas para consumo das indústrias dos sucessores de Petrarcha.

Petrarca casou-se duas vezes e teve vários filhos. Todos muito bem criados, formados em Engenharia,Direto, Medicina e um deles até no MIT.

A família morava num casarão, e os filhos conviviam com um pai amoroso porém enérgico. Como dormia pouco, fiscalizava a ronda dos guardas e, por incrível que pareça, ele fazia contas nas dobras dos lençóis !Fumante inveterado de cigarros fortíssimos teve câncer no pulmão,e no dia 1º de março de 1940, morreu em São Paulo, onde estava internado no Sanatório “Esperança”. Foi enterrado em sua cidade Botucatu , que chorou tão grande perda.

E como o fruto cai aos pés da árvore, a caçula do Petrarca, quis estudar Medicina, nada comum na sua época, e o fez na Faculdade Paulista de Medicina. Como morava num lugar muito barulhento, para ter tranquilidade se trancava no banheiro, e deitada na banheira forrada com cobertores , estudava. Ai, sim podia decorar os nomes dos ossos, veias e músculos! É, dona Marina, afinal deu tudo certo, não é? E a filharada seguiu a tradição do velho patriarca! Parabéns!

Referências: Blog do Delmanto | www.cervisiafilia.blogspot.com.br | www.memoriaviva.cpfl.com.br |
Os aventureiros do túnel | Luiz Carlos do Salto do Lobo | Marina Bacchi de Araújo