Você se lembra da “quantidade de tempo” que nós tínhamos no passado?
Esta “quantidade de tempo” nos propiciava constantes reuniões tanto com as nossas famílias como com os nossos amigos.
Hoje, a constância destes eventos parece ter acontecido em uma “outra” encarnação e que nesta vida isto não será mais possível.
O que houve com este “tempo”?
Da mesma forma que outros recursos: água, petróleo e carvão, o “tempo” também é finito e parece que o trabalho, o trânsito, as preocupações e “otras cositas mas”, roubaram este “tempo” que usávamos  para manter nossos relacionamentos interpessoais, os tornando cada vez mais esparsos.
Dias atrás, tomei conhecimento de uma pesquisa fantástica e que não tem nenhuma outra similar neste mundo, pois iniciada há 77 anos na HAVARD SCHOLL, permanece sendo feita até hoje e não tem data para terminar!
Iniciada em 1940, com 724 pessoas selecionadas entre estudantes da própria Escola e de uma comunidade pobre de Boston e durante estes 77 anos, estas pessoas foram entrevistadas pelo menos uma vez por ano a respeito de suas: vidas, expectativas, dúvidas, sucessos, fracassos, além de terem sido submetidas anualmente a exames médicos. Ao longo deste tempo, também foram incluídos nesta pesquisa, seus parceiros (maridos e esposas) bem como os seus cerca de 2000 filhos!
Qual o objetivo desta enorme pesquisa, que certamente tem custos  expressivos?
Saber o que deixa o ser humano mais feliz e mais saudável.
Bem, depois de 77 anos e de dezenas de milhares de questionários e de exames médicos, a característica dos mais felizes e dos mais saudáveis é que eles têm bons relacionamentos, não importando se, entre marido e mulher, pais e filhos, parentes ou amigos e a dos mais infelizes e dos menos saudáveis, é de terem relacionamentos ruins ou então, de não manterem nenhum tipo de relacionamento.
Sabemos que a história da Humanidade é dividida em épocas, como por exemplo, a Idade da Pedra, do Fogo, do Ferro, etc e acho que estamos vivendo a Idade do MIOJO.
Porque?
Bem, as características que tornaram este macarrão mundialmente famoso são: não necessitar esforço para seu preparo, ser barato e instantâneo, apesar de ter qualidade duvidosa e de ser um pouco insonso.
Hoje, a palavra da moda desta nova etapa da Humanidade é “compartilhar”, que significa “dividir ou participar” sendo este compartilhamento é feito por computador ou pelo smartphone, da mesma forma que o MIOJO é preparado: sem esforço, com pequeno custo e de forma instantânea e o material “compartilhado” quase sempre, tem qualidade duvidosa e sem substância.
O “comprometimento”, que significa “entrega ou compromisso” é coisa do passado assim como a maionese caseira ou uma simples lasanha, que diferentemente deste macarrãozinho, precisam de  envolvimento nas suas elaborações mas que em contrapartida são muito mais saborosos.
Creio que temos dedicado aos relacionamentos interpessoais sejam entre: casais, familiares ou amigos, um tratamento do tipo MIOJO com “muito compartilhamento” e no mais das vezes com “pouco comprometimento”.
Ou seja, além da sensível redução dos encontros com familiares e amigos, é também altamente questionável a qualidade destes relacionamentos e pelas conclusões desta pesquisa da HAVARD, poderemos ter para o futuro, sérios impactos tanto para a felicidade quanto a saúde das pessoas.
Então, não seria a hora de se fazer uma revisão no emprego do nosso “tempo” de forma a aumentar a quantidade e melhorar a qualidade de nossos relacionamentos?
O que você acha?
** TED (2015)- palestra do Dr.Robert Waldinger sobre a pesquisa da HAVARD SCHOLL sobre “Felicidade e Saúde”.

José Carlos Bicudo é engenheiro formado pela Mauá, e   colaborador  assíduo desse blog (jocabics@gmail.com)